terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sobre essa polémica toda em torno das eleições

Ganhou o único candidato possível para o cargo. Tenho pena que não houvesse opção de escolha possível, não por ser simpatizante deste ou daquele, mas por achar que só assim os portugueses exerceriam o voto em consciência do benefício para o país. Dois que fossem, já nem se exigia mais.

Sobre a abstenção. Não percebo. Transcende-me. Admito a minha ignorância perante quem protesta desta forma e passa o tempo todo a dizer mal da vida.

12 comentários:

Anónimo disse...

O papel de Presidente da República em Portugal é meramente figurativo.
Os únicos interessados no resultado, normalmente são os governos activos ou os de bancada à espera de o serem.
A razão é simples, um Presidente do mesmo clube, fará o governo brilhar e o inverso fará sombra.
A nossa classe política não sabe comunicar, jogam bem o jogo nos bastidores, sabem cultivar amigos, mas liderar, governar, comunicar, já é faceta em que são incompetentes.
Do rol proposto à escolha, e tendo em conta a inutilidade do resultado, estamos bem servidos com mais do mesmo.

Homem

Anónimo disse...

Quanto à abstenção, é tudo uma questão de psicologia de massas.
Quando não nos falam ao coração, somos mais práticos, e o mesmo se deve aos candidatos propostos, onde nenhum encantou, logo o povo espera pelas legislativas.

Homem

Sofia disse...

Concordo com os dois primeiros parágrafos.

No terceiro ainda acrescento que são exímios a exercer a politica de saque.

Existem dois homens que gostaria muito de ver como líderes activos mas infelizmente têm os dois da mesma cor partidária e ambos têm inteligência e sabedoria para não quererem assumirem um país numa crise politica quase tão grave como a financeira.

Na abstenção continuo a não querer perceber o que leva as pessoas a afirmarem que não vale a pena votar. É limpar a consciência de não terem escolhido ninguém?

Não percebo sinceramente.

Anónimo disse...

A Política dos dias de hoje, está bem longe do seu berço grego.
A par disto, a qualidade, a coluna vertebral de muitos bípedes que ocupam a Assembleia, é pobre para não dizer criminosa, por ausência.
Enquanto não houver uma reforma do sistema político português, e enquanto nas análises políticas acharem que o importante é quem perdeu e quem ganhou, e não como conseguiram alienar gerações de fazerem escolhas, enquanto olhar para a imagem do Parlamento 3 dias depois de umas eleções legistlativas e não reconhecer ninguém, 5 meses depois, pois os nº34 é que lá estão, pois os primeiros estavam só de passagem, enquanto sairem do Governo para lugares privados, onde os seus C.V., de Literatura Inglesa são relevantes para empresas de construção civil, não terão a minha contribuição.
Sistemas politicos, ideologias, a praxis... até à pouco tempo mudava com revoluções, como eleições, agora nem assim .
A mudança não está na ponta dos nossos dedos, está na reforma do sistema político, por um ideal , e não em pequenos remendos para que uns não percam alguns lugares.
E nada disto é uma critica a este governo, ou à crise presente, mas sim ao sistema bipartidário encapotado que temos, e ao enorme peso das suas máquinas, àvidas por esperar pelos tachos.

Homem

Sofia disse...

:) Homem,

Já tem o meu voto.


Imagino os raspanetes às crianças. Coitadinhas. ;)

Anónimo disse...

Não confundir abstenção com ignorância, preguiça.
Um voto consciente, um voto em branco, ou a ausência do mesmo são graus de alienação; mas insistem em culpar os que não contribuem para o peditório.
Quanto a crianças, são seres cuja linguagem e códigos não domino, por isso de mim não levam sermões :)

Homem

Sofia disse...

Permita-me discordar mas a abstenção não é protesto. Há sempre alguém que beneficia com ela.

Da minha parte terei sempre alguma coisa a dizer, nem que seja com o voto em branco como já o fiz por uma vez.

As crianças falam em código? :P Lendo assim a frio parece-me que estamos a falar de aliens.

Anónimo disse...

"São mais de 190 mil portugueses aqueles que se deslocaram às urnas para deixar os seus votos em branco, o que representa 4,26% do total de votos. Há cinco anos, apenas 59.636 tinham tomado essa opção. É um aumento de mais de três vezes.

Este máximo que foi atingido aconteceu mesmo depois de a Comissão Nacional de Eleições ter dito que “os votos brancos e os votos nulos não têm influência no apuramento dos resultados”, ou seja, é sempre eleito aquele que “tem mais de metade dos votos expressos” independentemente dos votos em que não é expressa a escolha por nenhum candidato."

in negócios online

Eis como os votos em branco são analisados, como inconsequentes.

"Lisboa, 23 jan (Lusa) -- O porta-voz do CDS-PP, Nuno Magalhães, disse hoje que uma abstenção elevada é "sempre preocupante" mas frisou que não retira legitimidade e que se trata "de uma reeleição".

A abstenção foi 53,37 %
Ano
Abstenção
1976 24,53%
1980 15,61%
1986 22,01%
1991 37,84%
1996 33,71%
2001 50,29%
2006 38,47%
2011 53,3%

Quem vence desvaloriza, e quem perde vê sinais de descontentamento acentuados, mas nada que os faça mudar a agenda política.

Soluções para mudar : 0

Será diferente na próxima eleição presidencial : não

O Governo, ou partidos elegíveis vêem necessidade ou vontade em reformar o sistema perante a alienação de quem os elege: não

Em branco, nulos, ausência deles, são faits-divers.

Há alturas em que as crianças parecem aliens, e não é preciso ser Carnaval. A bem da verdade há adultos que parecem crianças e crianças que falam como adultos, mas são crianças, ou mesmo crianças que são adultos...por isso :) para simplificar reduzo tudo a códigos e linguagens .

Anónimo disse...

Homem

Sofia disse...

"Quem se abstém não vota, abdica de intervir, renuncia ao seu direito de voto, aliena-se dos mecanismos democráticos. Mas da abstenção não é possível retirar nenhum sentido geral nem unívoco, pois tanto pode significar uma absoluta rejeição dos mecanismos democráticos (um monárquico que se recusa a votar na eleição do presidente da República), como o simples desinteresse (“a minha politica é o trabalho”), como uma atitude de inutilidade (julgar antecipadamente decidido o resultado eleitoral), como o simples impedimento ocasional.

Para mim é claro que a abstenção significa o desinteresse, sim, mas particularmente a incapacidade das candidaturas em captar o desejo de voto seja por alheamento ou comodismo de uma grande parte do colégio eleitoral.

O voto em branco afirma, um justo apelo a reflectirmos sobre a democratização dos “mecanismos democráticos” de modo a que a democracia não seja uma inevitabilidade do mal menor, mas sim um processo de manifestação de cidadania o mais abrangente e participada possível. ", Vital Morais

Não posso assinar porque não fui eu que o escrevi. Mas concordo inteiramente.

Os votos brancos não contam, mas manifestam a não alienação do mecanismo e sim o descontentamento.
A abstenção benificia a oposição para poderem lavar a roupa suja publicamente.

O acto de se abster é igual aos que dizem “não me metam nisso”, “a culpa é dos partidos”, “não tenho nada a ver com isso”, etc…

Anónimo disse...

Sou da opinião de que o voto em branco é a solução para quem perante os candidatos não encontra soluções. E por mim transmite a escassez das mesmas, no entanto não promove a alternativa nem fomenta o debate, pois ele é claro.
A abstenção engloba muitos sacos, mas do qual pertenço, visa evidenciar um problema, uma disparidade entre o eleitorado e os elegíveis, um desfasamento entre o ideal e o real.
Lamentavelmente, neste saco de abstenção e muitas vezes usando esse argumento falacioso, de que o preguiçoso, o apático é a força por detrás da abstenção, pois ele é um bicho esquivo e de difícil estudo, pois não manifesta, não opina, e logo não poderá representar uma força, mas sim uma massa desnorteada, é muitas vezes e ironicamente o argumento para lhe negar intenção, força ou mesmo coerência.
A par disso, compreendendo a máquina eleitoral, o funcionamento da democracia, idealmente o voto em branco seria o adequado em sociedades com fortes linhas éticas, onde o comportamento político era exemplar, e onde os erros eram assumidos. Lembro políticos japoneses, sociedades nórdicas, onde há uma cultura moral e ética.
Não penso ser o exemplo de países mediterrâneos como o nosso, Itália, Espanha ou mesmo França, onde as sociedades sofrem com a falta de identidade.
Teoricamente o comunismo para mim seria o melhor dos mundos, mas a realidade e as pessoas nela, tem a tendência em seguirem caminhos pessoais, logo a realidade é o que é, e a solução para mim, não passa por gritar sozinho no meio da estrada.

Homem

Sofia disse...

Podemos dar por terminado o nosso "debate"? :)

Talvez possamos retomar o assunto nas próxima eleições que não devem estar tão longe assim de acontecer.

Já vi que é um "homem" cheio de convicções.