quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O karma dos aniversários

Quando nos dizem que alguém faz anos no mesmo dia que nós ficamos com aquele sentimento de partilha, de algo em comum, mesmo que não se conheça efectivamente a pessoa em questão existe aquele pequeno pormenor que nos cria uma empatia instantânea. 
No meu caso foi sempre coisa que me fez alguma confusão é que até aos 23 anos não encontrei ninguém que tivesse decidido existir no mesmo dia que eu. Conheço as depressivas do dia 21, algumas a 22, até em maior número do que as do 21, mas a 23 ninguém, e mais triste do que este dia, só mesmo o 26.
O universo parecia ter seleccionado esta data para poucas. Já não bastava ser perto do Natal para estragar as festas e ainda não me deixava dividir a depressão com mais alguém. Mas não. Como uma desgraça nunca vem só decidiu dividir-me com pelo menos mais duas pessoas que viriam a fazer parte dos meus pesadelos. As mães dos meus ex-namorados. Essas bruxas jóias de pessoas. Esses seres maquiavélicos maravilhosos que vieram ao mundo muitos anos antes dos dinossauros de mim com o propósito de me enfurecer dar vida àquelas jóias de moços (sobre isto falamos depois).
Não contente com a brincadeira e nestas coisas o tal do karma, destino ou lá o que é decidiu compensar-me pelo erro de cálculo no nascimento quando a pior melhor e maior de todas as bruxas jóias partilhava o aniversário com o meu pai. A partir daquele ano foi-se criando uma espécie de tradição do jantar de aniversário do progenitor. E mesmo que ele não quisesse não tinha alternativa. Estava instituído e mais nada. Era sempre um pequeno momento para mais tarde recordar quando a bruxa senhora nos convidava para o seu ritual a sua festa e tínhamos de recusar sempre com muita alegria pena minha, claro.
Posto isto estou só à espera da próxima coincidência de datas e caso não exista nenhuma, é razão para acabar já o namoro. Mesmo antes que comece para poupar os aborrecimentos.


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