sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O casamento perfeito

O meu ex-marido pediu-me em casamento oito meses depois de o conhecer, na cama de um hospital quando esteve internado com uma pneumonia. Tinha tudo planeado, seria em segredo assim que tivesse alta. Tirando o facto de achar que era delírio da febre, até achei romântico mas respondi sempre que não. O dia tinha de ser especial, cheio de glamour e todas as pessoas que me eram queridas em volta. E assim foi, passados cinco anos. Não foi perfeito porque o meu ideal de perfeição com o passar dos anos já era outro. O que se manteve até hoje.  
Sobre este assunto poderia dissertar linhas infindáveis sobre tiaras de princesa, vestidos brancos, carros antigos e outros tantos pormenores que servem supostamente para comemorar a oficialização de uma união ou o começo de uma família. Este será o sonho de muitas meninas, jovens e senhoras, mas a realidade é diferente e todas têm o direito de viver esse dia com a magia que o idealizam. O casamento não é um dia, não são apenas 24 horas de festa em que os noivos quase nem têm tempo para se cumprimentar no meio de tantos desejos de felicidades, abraços, beijinhos, banquetes, músicas e fotografias. O momento a sós que conseguirão ter é no terminar da festa para os convidados, quando o corpo já só exige uma coisa, descanso.
Com isto tudo e depois de ter feito exactamente o que acabei de descrever em cima, o casamento perfeito será (ou seria)


- Num dia ao acaso, precedido de um impulso amoroso, sem convenções, sem terceiros, em segredo e só nosso (meu e do respectivo sortudo, claro). Exactamente como o pedido que recusei naquele hospital.



   

2 comentários:

Anonymous disse...

Com a maturidade adquirem-se novas formas de felicidade.

Homem

Sofia disse...

Não posso estar mais de acordo.