quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Looping

Não o consigo definir e duvido que alguém consiga, nem sequer é fogo que arde sem se ver. Não é nada, é tudo!
Se existe sentimento sobre o qual ando desacreditada é sobre o amor.
Já há um tempo que sou uma espectadora deste Carnaval de sentimentos (sem qualquer piada sobre a época) e desentendimentos.
Se olhar à minha volta, que não é grande mas sou observadora e faço questão de o partilhar com quem está comigo, só vejo pessoas sérias, casais sentados cada um nos seus pensamentos, caminham lado a lado sem partilhar nada. Apenas o espaço...


Há dias numa viagem de fim de semana comentava com uma amiga, enquanto estávamos sentadas na esplanada de um centro comercial da região em que nos encontrávamos, isto perto do Natal num dia de chuva, onde a multidão era mais que muita, que não queria passar por isto. Entenda-se isto como perder o sorriso, acomodar-me àquela presença silenciosa. É certo que nem sempre estamos com a mesma vontade, humor ou desejo.
Isto para dizer que ando aqui num looping de indecisões, incertezas ou dúvidas existenciais, como queiram chamar.


Estamos melhor sózinhos ou acompanhados?
Solteiros sem amarras sentimentais ou enamorados?


Sinceramente, sinto-me bem assim e não me dava jeito nenhum que me virassem a vida de pernas para o ar.
Os homens são seres estranhos e as mulheres nem sei se melhor ou pior, mas nesse campo andamos numa constante luta interior.  Se não temos ninguém (aquela pessoa especial), suspira-se por um sr. perfeitinho, aquele que só existe na nossa cabeça. Deseja-se alguém que se perca em atenções, elogios, predicados, etc, por nós. Se temos, são as birras porque queríamos ser amadas de uma forma que nem nós percebemos, os defeitos que só vemos depois da fase pink, são as incompatibilidades, a liberdade que custa tanto a ter, porque para nos sentirmos bem nela tivémos de sofrer a bem sofrer e agora que ela já vive em nós custa tanto deixá-la fugir.


Não me esqueço de uma tarde de praia com elas, em que acabámos numa festa de rua qualquer em que me senti particularmente bem e vá-se lá saber porquê, já que fazemos isto constantemente. Sem justificações, sem vontade de ir para casa, sem ter de ligar porque isto ou aquilo. Assim é a liberdade! Implica ser livre em tudo. Até em sentimentos...
Se é bom receber aquele "mensagem recebida" de alguém que transborda no nosso coração, também é bom adormecer sem anseios, medos, inseguranças.


Já vivi três amores que davam três romances literários ou três argumentos cinéfilos distintos.
Não sei quantos nos são permitidos ao longo da vida mas ando a gastar as minhas fichas num blink.
Não me lembro de como é gostar de alguém...  

3 comentários:

Cátia disse...

Só queria isso.. adormecer sem anseios, medos, inseguranças..

:'(

Anonymous disse...

Sinto-me como tu, sem necessidade de me virarem a vida do avesso, simplesmente vivendo o resto que me desperta a curiosidade. Já vivi amores turbilhão que me atiraram para todo o lado e o que na altura suportei, hoje vejo com maus olhos.
Sinto que gastei igualmente as fichas todas, e não me apetece gastar o que não tenho. Não farei ninguém feliz por caridade ou carência, e assim vou vendo outros gastarem fichas...talvez tenham mais paciência que eu ou sejam mais ingénuos do que eu.
Talvez seja o luto da última ficha...mas também nunca demorou tanto tempo.

Homem

Sofia disse...

Cátia,

Tens de mandar mais no coração do que ele em ti.

Homem,

Não me parece que haja um limite de tempo para o luto.
Ele dura o tempo suficiente para alcançarmos a lucidez de saber exactamente o que não queremos no futuro.

Não sei se me fiz entender. :)